Ôi

Posted on 10:13


Ôi? É interjeição de chamamento, uai. É que, em Minas, a gente bota circunflexão nas coisas...

O "oi", mineiro, é carregado de emoção. Do mesmo modo que o tcháu, que é uma interjeição "despeditória". Por aqui a gente diz: - Tcháu prôcê, víu? E não para outro. O tal "tcháu" é para certo alguém bem específico.

Só que nosso ôi tem outro significado: ôi é olho. E aí vem uma série infinita de coisas que caem no olho. A gente se lembrou disso por conta da contusão "olhífera" do baby-craque do Santos, o Neymar, neste domingo, durante o jogo contra o Santo André, pela decisão do campeonato paulista de 2010.

Dor nuzói é fogo! E é preciso abríuôi cácôiza... Tem gente que córr'uôi, só para ver se tudo está funcionando direito. Um tempo infinitesimal? Um piscádiôi...

Foi lembrar de tanto olho e me deparo com a constatação de que não há nada mais cruel do que uma criança. Meninos são bichos tinhosos e danados. Caboclo albino? Sarará. Barátadiscascáda. E por aí vai. É que a ideia do politicamente correto ainda não os alcançou. Então, aprende-se em criança a ironizar os que apresentam quaisquer deficiências. O problema é que, algumas vezes, o sujeito envelhece e nem o tempo corrige.

O Jão, coitado, sofreu quinem suvácc djálêjádd por causa de sua miopia. Usava um "oclão". Um zóc. Hm? Zóc, sô! Daí, quatuôi.

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