Cinemas

Posted on 05:41


Avatar, magnífica obra do diretor James Cameron, em três dimensões, anda fazendo milhões de dólares em bilheterias mundo afora, o que demonstra o quanto o cinema ainda fascina as pessoas. Desde os "primórdios", como diria o grande Louzi Bretas, sessentão gente fina, mineiro de Muriaé.

O problema é que as sucessivas crises havidas no país fizeram com que muitos cinemas -que existiam no interior - fossem adquiridos por igrejas e pastores (ávidos em fazer dinheiro em tempos de crise). De modo que algumas salas, como o Cine Teatro Isabel, de Pedra Azul, norte de Minas, simplesmente deixaram de existir.

Um luxo eram os cartazes pintados a mão, desenhados por artistas locais, cada qual mais fabuloso que o outro. Incluindo um, que resolveu incrementar as sessões por causa do baixo afluxo de espectadores: era a crise batendo fortemente por aqui. 

O que ele fez? Resolveu mudar o nome dos filmes! Assim, A Noviça Rebelde se transformou em A Biáta Increnquêra. Lotou a sala! Por conta daquele sucesso, Os Filhos do Silêncio tornou-se Us Minínn du Mudim...

Criatividade não lhe faltou em Perfume de Mulher, que denominou U Chêr'u da Cabôcla.

Um Peixe Chamado Wanda virou Um Lambarí Cum Nõmi di Gentch.

E o Fim dos Dias ficou eternamente conhecido por Nóz Tá É Lascádd!

Os cinemas das pequenas cidades não resistem aos apelos da fé desencontrada. Por sobrevivência migraram em definitivo para os xópscent's, que agora estão em toda parte.

E se perguntassem ao caboclo mudador de títulos como é que ficaria Avatar, ele não teria a menor dúvida: A Incarnação dus Bích'Azúl!

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