Curiango

Posted on 06:07


Infância de descobrir ninhos de pássaros quase não existe mais. Uma pena, até mesmo nesses Gerais sem fim e sem começo em que se vive.

Engole-vento, noitibó, bacurau, curiã, joão-corta-pau (talvez seu apelido mais engraçado): esse passarim amarronzado, castanho, camuflado feito um soldado, é ave migratória que vem de longe, dizem.

Determinadíssima, a fêmea do curiango não faz ninho: bota os ovos em campo aberto e os choca sozinha. E os pais se revezam na "tomação de conta" da "filhotagem". O curiango talvez tenha inspirado feministas, nunca se sabe...

Dicionário fechado é coisa triste. De modo que me abri para dizer que qualquer passarim na gaiola é maldade. Ou talvez fazer poesia; quem sabe um aiquase: 

"Tempo de passarim 
é alma de menino  
brincando
de riscar o céu."

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